Brasil, Paraná, Morretes
Foto de Zé Paulo
Novembro 2011
Tela
Morretense
Morretes dos
dias de canícula,
De ardente
sol abrasador.
Sol
pendurado na celeste gambiarra,
Ativa os
teus atores
No prado e
na Serra,
Ao som do
canto estridente
Da fútil
cigarra.
Mas, à
tardinha,
O ventro
soprando
Da banda do mar,
Transforma o
mormaço
Em brisa
marinha,
Pondo o
sabiá altaneiro a cantar.
E o
Nhundiaquara morno e sereno
A passar
entre seixos, lírios, jasmins.
Outras vezes
encolhendo-se todo
Em poços
profundos.
Sôfrego,
guarda os brancos lírios,
No seu
escuro e misterioso âmago.
E quando a
natureza em fúria,
De nuvens o
Marumbi envolve,
Em catadupa
a água corre,
Em furor o
seu leito cobre,
Levando os
teus belos lírios
Desfalecido
pelo terror.
Cada vez
mais para longe...
Longe...
Para o mar!
(Lúcio Borges)
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