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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A coruja


A coruja
Brasil, Mato Grosso, Campos de Júlio
Foto de Zé Paulo
Fevereiro/12


Coruja, ó Coruja, ouça minha súplica,
E não destrua meu ninho, coruja.
Você já me arrebatou meus filhotes,
Embora eu dêles cuidasse
Com todo amor e carinho.
Tenha pena de mim, tenha pena de mim!
Ouça minha prece.
Antes que as nuvens obscureçam os céus,
Protejo as raízes da amoreira.
Ao redor da porta e da janela,
Eu me agarro firmemente a elas,
E, lançando os olhos para baixo,
- Quem ousa, dentre vocês, desprezar minha casa?
Puxei com minhas unhas e despedacei-as
E minha bôca e meus dedos ficaram feridos.
Reuni tôda minha força
Para defender-me,
Pois estou decidido a manter a casa perfeita,
E não receio nenhum trabalho com essa intenção.
Minhas asas estão deploravelmente feridas
E minha cauda muito maltratada e fatigada.
Sacudida pelo vento
Enquanto a chuva bate sem piedade,
Oh! minha casa está em perigo
E escrevo esta nota num grito de alarme.

Escrito em 1113 A. C., na China, pelo Duque de Chou.




2 comentários:

Anônimo disse...

Que sorte apanhar um mocho Zé, bom instantâneo!
ze joao

Zé Paulo Gouvêa Lemos disse...

Zé João,
Vou-te confessar uma coisa. Onde estou neste momento, na zona rural do Mato Grosso, é só gostar de passear pelas picadas e ficar buscando encontrar um, e nos aproximarmos no limite que eles não alcem vôo.
Mas também gostei deste encontro.
Grande abraço e é sempre uma honra te ter como visitante.
Zé Paulo